Mercosul e Unasul suspendem Paraguai da próxima cúpula do bloco
Em comunicado conjunto, Argentina, Brasil e Uruguai anunciaram decisão de retirar país de encontro em Mendoza após impeachment relâmpago de Fernando Lugo
O Mercosul e a Unasul (União das Nações Sul-americanas) decidiram neste domingo suspender a participação do Paraguai da próxima cúpula do bloco, que será realizada na próxima sexta-feira na Argentina e na qual serão discutidas que medidas tomar em relação ao país após o impeachment deFernando Lugo.
Em comunicado conjunto, Argentina, Brasil e Uruguai anunciaram sua decisão de "suspender o Paraguai, de forma imediata e por este ato, do direito a participar da 43ª Reunião do Conselho de Mercado Comum e Cúpula de Presidentes do Mercosul".
O bloco sul-americano, do qual o Paraguai é sócio fundador, também vetou a participação do Paraguai das reuniões preparatórias para a cúpula do Mercosul, que serão realizadas na cidade argentina de Mendoza.
A medida foi adotada, segundo argumenta a declaração, em consideração ao Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no Mercosul, assinado em 24 de julho de 1998, e que determina "a plena vigência das instituições democráticas" como "condição essencial para o desenvolvimento do processo de integração".
No comunicado, Argentina, Brasil e Uruguai e os países associados Chile, Peru, Venezuela, Bolívia, Equador e Colômbia expressaram a mais "enérgica condenação à ruptura da ordem democrático ocorrida na República do Paraguai, por não ter sido respeitado o devido processo" no julgamento político de Lugo, destituído na sexta-feira passada.
A declaração afirma ainda que os chefes de Estado considerarão na próxima sexta-feira, em Mendoza, novas "medidas a serem adotadas".
"O Brasil deve procurar tomar todas as decisões futuras em relação à situação política no Paraguai da forma mais multilateral possível, no âmbito do Mercosul e da Unasul. A suspensão está confirmada e espera-se que até dezembro, quando o Brasil sediará uma cúpula do Mercosul, o assunto já esteja equacionado", disse a assessoria do Ministério das Relações Exteriores brasileiro.
Na sexta-feira o Congresso paraguaio aprovou o impeachment do então presidente do país, Fernando Lugo, e deu posse a seu vice, o liberal Federico Franco. O processo relâmpago recebeu inúmeras críticas e alguns vizinhos regionais retiraram seus embaixadores do país para consultas.
Neste domingo, Lugo pediu que a democracia retorne ao seu país e anunciou que irá apoiar todas asmanifestações pacíficas para que a abalada ordem institucional seja restabelecida. O ex-chefe de Estado anunciou que irá para Mendoza, na cúpula regional, para explicar a situação no Paraguai.
Unasul
Neste domingo, uma fonte do alto escalão do governo brasileiro disse à agência Reuters que o Paraguai deve ser suspenso do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) após o impeachment de Lugo.
Segundo essa fonte, que falou sob condição de anonimato, o governo brasileiro têm mantido contato com autoridades de outros países da região e acredita-se que existe um consenso para a suspensão do Paraguai na semana que vem, para quando está marcada uma reunião de cúpula do Mercosul em Mendoza, na Argentina.
"O ponto é transformar esse novo governo (paraguaio) em um pária", disse a fonte à Reuters.
Segundo a fonte do governo brasileiro, o embaixador do país em Assunção, chamado de volta para consultas, não deve retornar ao Paraguai. Essa autoridade disse ainda que o Brasil não pretende romper completamente suas relações com o Paraguai por conta de interesses brasileiros no país, como a usina hidrelétrica binacional de Itaipu.
A fonte disse ainda que o governo brasileiro não manterá contatos com Franco e manterá sua tradição de atuar no caso por meio de organismos multilaterais. Essa estratégia, segundo a autoridade, tem o objetivo abrir um precedente que deixe claro a gravidade das consequências de fatos como o ocorrido no Paraguai.
Especificamente, a meta é garantir que nada parecido aconteça em outros paises, como Bolívia e o Peru. "Essa é uma reação institucional que mostrará aos outros as consequências negativas de uma medida agressiva como essa", completou a fonte.
*Com Reuters e EFE
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Brasil
é a 6ª economia mundial e pode
alcançar a quinta posição em 2012
Mesmo
com a forte queda no ritmo de crescimento em 2011, o Brasil foi
declarado a sexta maior economia mundial e pode alcançar a quinta
colocação em 2012, de acordo com um novo prognóstico. Para
obter a sexta colocação, o Brasil ultrapassou o valor do PIB
(Produto Interno Bruto) do Reino Unido. Enquanto a economia britânica
chegou a US$ 2,420 trilhões em 2011, segundo a “Economist
Intelligence Unit”, os dados divulgados nesta terça pelo IBGE
apontam que no Brasil foram gerados US$ 2,474 trilhões no ano.
Os
números mostram que a economia brasileira cresceu 2,7% em 2011. Com
esse resultado o Brasil está na sexta posição, depois dos Estados
Unidos, China, Japão, Alemanha, França. Em 2012 o país pode
ultrapassar a França e ocupar a quinta posição do ranking. Segundo
Robert Wood, economista sênior da EIU, esse desenvolvimento era
improvável há cinco anos, mas com as economias européias afetadas
pela crise e com a brasileira impulsionada, é possível que isso
aconteça.
Com
os problemas econômicos nos países ricos, os emergentes conseguiram
crescer mais estes últimos anos, como é o caso do Brasil.
Ainda
há muito que ser feito, diz analista.
Segundo
Jason Vieira, analista internacional da corretora Cruzeiro do Sul, o
Brasil ultrapassou o Reino Unido em relação ao valor gerado durante
todo o ano de 2011, mas o mais relevante é a superação da renda
per capita. Isso significa uma melhora na vida da população. Hoje,
enquanto a renda per capita de um brasileiro é de US$ 12.200, a de
um britânico é de US$ 40.560.
Segundo
Vieira ainda há muito que ser feito no país para se firmar como
potência econômica em nível mundial. Atualmente o Brasil tem
importante posição no que se refere ao crescimento mundial, mas
isso se deve à forte presença da exportação de commodities e ao
sistema de controle do sistema financeiro. Agora é necessário fazer
a “lição de casa”.
Apesar
do resultado do PIB abaixo do esperado, o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, espera que em 2012 a economia apresente um ritmo mais
acelerado de crescimento que o de 2011. O governo espera terminar um
ano com o PIB fechando em torno de 4,5%. Segundo o ministro, uma
série de medidas já está sendo implantada. Entre elas destaca-se a
redução de juros e o barateamento do crédito. Mantega disse ainda
que com essas medidas e com um estímulo na área de investimentos, o
crescimento chegará a 5% no segundo semestre.
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Brics assinam acordo de investimento e comércio em moedas locais
Mercosul e Unasul suspendem Paraguai da próxima cúpula do bloco
Em comunicado conjunto, Argentina, Brasil e Uruguai anunciaram decisão de retirar país de encontro em Mendoza após impeachment relâmpago de Fernando Lugo
O Mercosul e a Unasul (União das Nações Sul-americanas) decidiram neste domingo suspender a participação do Paraguai da próxima cúpula do bloco, que será realizada na próxima sexta-feira na Argentina e na qual serão discutidas que medidas tomar em relação ao país após o impeachment deFernando Lugo.
Em comunicado conjunto, Argentina, Brasil e Uruguai anunciaram sua decisão de "suspender o Paraguai, de forma imediata e por este ato, do direito a participar da 43ª Reunião do Conselho de Mercado Comum e Cúpula de Presidentes do Mercosul".
O bloco sul-americano, do qual o Paraguai é sócio fundador, também vetou a participação do Paraguai das reuniões preparatórias para a cúpula do Mercosul, que serão realizadas na cidade argentina de Mendoza.
A medida foi adotada, segundo argumenta a declaração, em consideração ao Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no Mercosul, assinado em 24 de julho de 1998, e que determina "a plena vigência das instituições democráticas" como "condição essencial para o desenvolvimento do processo de integração".
No comunicado, Argentina, Brasil e Uruguai e os países associados Chile, Peru, Venezuela, Bolívia, Equador e Colômbia expressaram a mais "enérgica condenação à ruptura da ordem democrático ocorrida na República do Paraguai, por não ter sido respeitado o devido processo" no julgamento político de Lugo, destituído na sexta-feira passada.
A declaração afirma ainda que os chefes de Estado considerarão na próxima sexta-feira, em Mendoza, novas "medidas a serem adotadas".
"O Brasil deve procurar tomar todas as decisões futuras em relação à situação política no Paraguai da forma mais multilateral possível, no âmbito do Mercosul e da Unasul. A suspensão está confirmada e espera-se que até dezembro, quando o Brasil sediará uma cúpula do Mercosul, o assunto já esteja equacionado", disse a assessoria do Ministério das Relações Exteriores brasileiro.
Na sexta-feira o Congresso paraguaio aprovou o impeachment do então presidente do país, Fernando Lugo, e deu posse a seu vice, o liberal Federico Franco. O processo relâmpago recebeu inúmeras críticas e alguns vizinhos regionais retiraram seus embaixadores do país para consultas.
Neste domingo, Lugo pediu que a democracia retorne ao seu país e anunciou que irá apoiar todas asmanifestações pacíficas para que a abalada ordem institucional seja restabelecida. O ex-chefe de Estado anunciou que irá para Mendoza, na cúpula regional, para explicar a situação no Paraguai.
Unasul
Neste domingo, uma fonte do alto escalão do governo brasileiro disse à agência Reuters que o Paraguai deve ser suspenso do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) após o impeachment de Lugo.
Segundo essa fonte, que falou sob condição de anonimato, o governo brasileiro têm mantido contato com autoridades de outros países da região e acredita-se que existe um consenso para a suspensão do Paraguai na semana que vem, para quando está marcada uma reunião de cúpula do Mercosul em Mendoza, na Argentina.
"O ponto é transformar esse novo governo (paraguaio) em um pária", disse a fonte à Reuters.
Segundo a fonte do governo brasileiro, o embaixador do país em Assunção, chamado de volta para consultas, não deve retornar ao Paraguai. Essa autoridade disse ainda que o Brasil não pretende romper completamente suas relações com o Paraguai por conta de interesses brasileiros no país, como a usina hidrelétrica binacional de Itaipu.
A fonte disse ainda que o governo brasileiro não manterá contatos com Franco e manterá sua tradição de atuar no caso por meio de organismos multilaterais. Essa estratégia, segundo a autoridade, tem o objetivo abrir um precedente que deixe claro a gravidade das consequências de fatos como o ocorrido no Paraguai.
Especificamente, a meta é garantir que nada parecido aconteça em outros paises, como Bolívia e o Peru. "Essa é uma reação institucional que mostrará aos outros as consequências negativas de uma medida agressiva como essa", completou a fonte.
*Com Reuters e EFE
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Brasil é a 6ª economia mundial e pode
Segundo Jason Vieira, analista internacional da corretora Cruzeiro do Sul, o Brasil ultrapassou o Reino Unido em relação ao valor gerado durante todo o ano de 2011, mas o mais relevante é a superação da renda per capita. Isso significa uma melhora na vida da população. Hoje, enquanto a renda per capita de um brasileiro é de US$ 12.200, a de um britânico é de US$ 40.560.
Medida irá facilitar a obtenção de financiamento em moeda local e pretende estimular comércio entre países do bloco
Os presidentes de bancos de desenvolvimento dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) assinaram nesta quinta-feira, em Nova Déli, na Índia, acordos que vão permitir o financiamento de comércio e investimento em moeda local, um assunto que vem sendo discutido desde a primeira reunião do grupo.
Leia também: Brics avaliam criar banco conjunto e aproximar bolsas de valores
O objetivo da medida é aumentar a cooperação entre os bancos de desenvolvimento dos Brics e elevar o comércio entre os países do bloco, já que facilita a obtenção de financiamento com instituições de fomento do país onde o investimento será realizado, e também evita a vinculação do negócio ao dólar, e portanto, a exposição à flutuação cambial.
Segundo a presidente Dilma Rousseff, a medida será um dos pilares do dinamismo das economias do grupo.
"Os Brics continuam sendo um elemento dinâmico da economia global e vão responder por uma parcela significativa do comércio. A notável expansão dos últimos anos do comércio intra Brics evidencia também o potencial das nossas relações. Nós passamos de US$ 27 bilhões em 2002 para estimados US$ 250 bilhões em 2011", disse a presidente.
Leia também: Brics criam novo modelo de ajuda a países pobres, diz relatório
Ela também afirmou que a definição de um grupo de trabalho para criar um banco de desenvolvimento dos Brics - que atue especialmente em projetos de infraestrutura, inovação, e ciência e tecnologia - sinaliza a disposição dos países de trabalhar em projetos conjuntos.
A presidente voltou a criticar as políticas adotadas pelo Banco Central Europeu e pelos Estados Unidos para conter a crise. "Medidas exclusivas de política monetária não são suficientes para a superação dos atuais problemas da economia mundial. (...) Ao mesmo tempo, elas introduzem grave desequilíbrio cambial, por meio da desvalorização artifical da moeda e pela expansão da política monetária", disse.
Leia também: Brics: flexibilização monetária prejudica emergentes
A presidente Dilma defende que a depreciação do dólar e do euro decorrente destas medidas traz vantagens comerciais para os países desenvolvidos, mas diminui a competitividade dos produtos de outros países, como o Brasil.
Reformas
Na declaração conjunta divulgada ao fim da Cúpula, os Brics voltaram a defender uma reforma mais efetiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, aumentando a representatividade dos países emergentes.
Leia também: Brics pedem responsabilidade ao Irã em seus planos atômicos
Como era esperado, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul não apoiaram nenhum candidato à presidência do Banco Mundial, mas voltaram a defender que a escolha seja feita por mérito e não por critérios geográficos, já que, tradicionalmente, a liderança da instituição fica nas mãos de americanos, enquanto o FMI é presidido por um europeu.
Segundo uma das principais negociadoras brasileiras nos Brics, a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, o fato de o presidente americano, Barack Obama, ter apoiado a candidatura de Jim Yong Kim, que nasceu na Coreia do Sul e tem experiência no setor de desenvolvimento, sinaliza que as reivindicações do grupo estão, de certa forma, sendo ouvidas.
Leia também: Dilma retoma críticas a países ricos, mas evita citar 'tsunami monetário'
"Mostra uma disposição por parte dos Estados Unidos de dar atenção à pauta que preocupa os Brics. Uma forma de lançar um candidato com condições de vencer." A declaração dos Brics também mencionou a importância da Rio+20, conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, e condenou a violência na Síria.
Após o fim da cúpula, Dilma Rousseff se reuniu com o presidente Dmitri Medvedev, quando os dois líderes discutiram cooperação na área científica, tecnológica e de inovação, além de possíveis parcerias nas áreas de satélites e petróleo e gás, e a perspectiva de exportação de carne brasileira para o mercado russo.
Leia também: Brasil lançará satélite para levar banda larga a todo País
A presidente não quis comentar a posição da Rússia em relação ao Irã, mas enfatizou a posição brasileira. "A posição do Brasil é clara. O Brasil acha extremamente perigosas as medidas de bloqueio de compras do Irã", disse. "Compreendemos que outros países têm (relações comerciais com o Irã) e precisam dessas compras, mas achamos necessário que haja, de parte a parte, uma redução do conflito, para que se estabeleça o diálogo."
Dilma Rousseff também defendeu o direito de os países usarem energia nuclear para fins pacíficos, assim como o Brasil faz. Na sexta-feira, a presidente brasileira tem encontros com líderes políticos e empresários indianos.
Leia também: Brics avaliam criar banco conjunto e aproximar bolsas de valores
O objetivo da medida é aumentar a cooperação entre os bancos de desenvolvimento dos Brics e elevar o comércio entre os países do bloco, já que facilita a obtenção de financiamento com instituições de fomento do país onde o investimento será realizado, e também evita a vinculação do negócio ao dólar, e portanto, a exposição à flutuação cambial.
Segundo a presidente Dilma Rousseff, a medida será um dos pilares do dinamismo das economias do grupo.
"Os Brics continuam sendo um elemento dinâmico da economia global e vão responder por uma parcela significativa do comércio. A notável expansão dos últimos anos do comércio intra Brics evidencia também o potencial das nossas relações. Nós passamos de US$ 27 bilhões em 2002 para estimados US$ 250 bilhões em 2011", disse a presidente.
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Ela também afirmou que a definição de um grupo de trabalho para criar um banco de desenvolvimento dos Brics - que atue especialmente em projetos de infraestrutura, inovação, e ciência e tecnologia - sinaliza a disposição dos países de trabalhar em projetos conjuntos.
A presidente voltou a criticar as políticas adotadas pelo Banco Central Europeu e pelos Estados Unidos para conter a crise. "Medidas exclusivas de política monetária não são suficientes para a superação dos atuais problemas da economia mundial. (...) Ao mesmo tempo, elas introduzem grave desequilíbrio cambial, por meio da desvalorização artifical da moeda e pela expansão da política monetária", disse.
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A presidente Dilma defende que a depreciação do dólar e do euro decorrente destas medidas traz vantagens comerciais para os países desenvolvidos, mas diminui a competitividade dos produtos de outros países, como o Brasil.
Reformas
Na declaração conjunta divulgada ao fim da Cúpula, os Brics voltaram a defender uma reforma mais efetiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, aumentando a representatividade dos países emergentes.
Leia também: Brics pedem responsabilidade ao Irã em seus planos atômicos
Como era esperado, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul não apoiaram nenhum candidato à presidência do Banco Mundial, mas voltaram a defender que a escolha seja feita por mérito e não por critérios geográficos, já que, tradicionalmente, a liderança da instituição fica nas mãos de americanos, enquanto o FMI é presidido por um europeu.
Segundo uma das principais negociadoras brasileiras nos Brics, a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, o fato de o presidente americano, Barack Obama, ter apoiado a candidatura de Jim Yong Kim, que nasceu na Coreia do Sul e tem experiência no setor de desenvolvimento, sinaliza que as reivindicações do grupo estão, de certa forma, sendo ouvidas.
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"Mostra uma disposição por parte dos Estados Unidos de dar atenção à pauta que preocupa os Brics. Uma forma de lançar um candidato com condições de vencer." A declaração dos Brics também mencionou a importância da Rio+20, conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, e condenou a violência na Síria.
Após o fim da cúpula, Dilma Rousseff se reuniu com o presidente Dmitri Medvedev, quando os dois líderes discutiram cooperação na área científica, tecnológica e de inovação, além de possíveis parcerias nas áreas de satélites e petróleo e gás, e a perspectiva de exportação de carne brasileira para o mercado russo.
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A presidente não quis comentar a posição da Rússia em relação ao Irã, mas enfatizou a posição brasileira. "A posição do Brasil é clara. O Brasil acha extremamente perigosas as medidas de bloqueio de compras do Irã", disse. "Compreendemos que outros países têm (relações comerciais com o Irã) e precisam dessas compras, mas achamos necessário que haja, de parte a parte, uma redução do conflito, para que se estabeleça o diálogo."
Dilma Rousseff também defendeu o direito de os países usarem energia nuclear para fins pacíficos, assim como o Brasil faz. Na sexta-feira, a presidente brasileira tem encontros com líderes políticos e empresários indianos.
Exposição reúne fotos sobre efeitos da bomba atômica em Hiroshima
Ao todo, são 700 fotos que foram tiradas por militares americanos dois meses depois da destruição de Hiroshima.
O centro internacional de fotografia de Nova York organizou uma exposição com fotografias - até agora - inéditas dos efeitos da bomba atômica jogada em Hiroshima, no final da Segunda Guerra Mundial.
As fotos foram feitas pelos próprios militares americanos pouco tempo depois do ataque, preocupados em documentar efeitos que eles mesmos mal calculavam.
Uma exposição em Nova York revela novas imagens da desolação em Hiroshima que nem são tão fortes com as que o mundo já viu nas últimas décadas, mas que serviram para os americanos planejarem a própria defesa em um novo tipo de guerra com armas que eles mesmos inventaram.
Ao todo, são 700 fotos que foram tiradas por militares americanos dois meses depois da destruição de Hiroshima. Tudo isso faz parte de um projeto secreto. O governo dos Estados Unidos queria conhecer o real poder destruição da nova bomba que tinham acabado de jogar sobre o Japão.
O presidente Harry Trumann queria saber por que parte das estruturas de vários prédios resistiu à explosão. A ideia era reunir informações para preparar as construções americanas no caso de um ataque parecido lançado pelos inimigos.
A organizadora da exposição diz que os técnicos fotografaram 153 prédios, 52 pontes e procuraram ver o que aconteceu com as estruturas de tijolos, concreto, metal e madeira.
Em uma das fotos, dá pra ver que metade da parede caiu porque os ferros da estrutura derreteram, mas a parte de baixo ficou de pé.
De resto, 66 anos depois, as fotos secretas registram só entulhos, ferros retorcidos e destruição. Uma espécie de túmulo para as 140 mil pessoas que morreram no ataque.
Mundo: fique ligado
15/05/2011 18h35 - Atualizado em 15/05/2011 19h58
'Sangue derramado não será em vão', diz líder palestino Abbas
Netanyahu afirma que Israel está determinado a proteger fronteiras.
Israel abriu fogo em três locais para deter marcha de palestinos.
"A vontade do povo é mais forte que o poder das forças opressivas", disse ao referir-se às pelo menos 10 pessoas que morreram nos protestos do dia que lembra o exílio e a perda de terras pela criação em 1948 do Estado de Israel.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, advertiu que o país está determinado a defender suas fronteiras. "Dei ordem ao Exército para atuar com a maior prudência possível, mas também impedir que nossas fronteiras sejam forçadas", afirmou em uma declaração transmitida pela imprensa.
Forças israelenses abriram fogo em três locais diferentes, nas fronteiras de Israel com a Síria, o Líbano e a Faixa de Gaza, deixando mortos e feridos. para impedir que multidões de manifestantes as cruzassem, no pior confronto entre as partes em muitos anos.
Manifestantes sírios cruzam a fronteira com Israel na região da vila druza de Majdal Shams, nas Colinas de Golã (Foto: Jalaa Marey/Reuters)
Tel Aviv
Em Tel Aviv, o centro comercial de Israel, um caminhão conduzido por um israelense árabe foi jogado contra veículos e pedestres, matando um homem e ferindo 17 pessoas. A polícia estava tentando determinar se o incidente foi um acidente ou um ataque. Testemunhas disseram que o motorista, que foi preso, se descontrolou com o caminhão no meio do trânsito do centro da cidade.
Golã e Síria
No povoado druso de Majdal Shams, nas Colinas de Golã - capturadas da Síria por Israel em 1967-, o major Dolan Abu Salah disse que entre 40 e 50 manifestantes do Nakba vindos da Síria passaram à força pela barreira da fronteira.
Centenas de manifestantes invadiram o fértil vale verde que marca a área da fronteira, agitando bandeiras palestinas. Tropas israelenses tentaram consertar a barreira rompida, disparando contra o que o Exército descreveu como infiltradores.
Mapa localiza pontos de confronto em Israel e
nos terreitórios vizinhos (Foto: Arte/G1)
A Síria abriga 470 mil refugiados palestinos, e em anos anteriores sua liderança, que agora enfrenta turbulência interna aguda, impediu manifestantes de chegarem à cerca da fronteira.
Cisjordânia
Em um protesto de Nakba na Cisjordânia ocupada, jovens palestinos atiraram pedras contra soldados de Israel, que dispararam gás lacrimogêneo e balas de borracha em um enfrentamento no posto de inspeção militar nos arredores da cidade de Ramallah, local de tensões frequentes.
Jerusalém
Um adolescente palestino foi morto a tiros em Jerusalém durante protestos na sexta-feira. A polícia disse que não ficou claro quem o baleou e que está investigando. O incidente ocorreu no bairro tenso de Silwan, em Jerusalém oriental, onde ocorrem incidentes frequentes de violência entre palestinos que atiram pedras em policiais israelenses e colonos judeus.
Os palestinos querem Jerusalém oriental como capital do Estado que pretendem criar na Cisjordânia e Faixa de Gaza.
14/05/2011 13h34 - Atualizado em 14/05/2011 14h16
Otan não confirma, mas lamenta
possível morte de civis na Líbia
Mídia estatal líbia afirma que, pelo menos, 16 pessoas inocentes morreram.
Aliança atlântica bombardeou a cidade de Brega na sexta-feira (13).
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) comentou as afirmações sobre vítimas civis durante uma operação a um posto de comando em Brega, na Líbia, divulgadas pela imprensa estatal local.
Segundo a mídia líbia, 16 civis líbios morreram em um bombardeio na sexta-feira na cidade e outras dezenas ficaram feridas. Em comunicado, a aliança atlântica não confirma por suas próprias fontes a veracidade dos dados, mas afirmou lamentar a morte de inocentes quando ocorrem.
saiba mais
O ataque da Otan aconteceu em uma regiaõ controladas por forças leais ao coronel Muammar Kadhafi.
O conflito no país acontece por uma disputa de poder entre o ditador, há 42 anos no poder, e manifestantes que pedem o fim do governo. Desde então, as tropas de Kadhafi começaram a repreender com violência as manifestações contrárias ao regime.
As operações da coalizão liderada por Estados Unidos, França e Grã-Bretanha começaram em 19 de março, após uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) validar ações militares para impedir o massacre de civis.
A nova guerra dos 100 anos: o conflito entre israelenses e palestinos
12/05/2011 10h59 - Atualizado em 12/05/2011 13h02
O conflito entre israelenses e palestinos, que já poderia ser chamado de uma nova “Guerra dos Cem Anos”, se mantém nas manchetes dos meios de comunicação e atrai a atenção de todo o mundo.
Envolve corações e mentes e fatalmente gera identificação com algum lado daqueles que tentam se aprofundar no tema. Como não poderia deixar de ser, permite que os fatos sejam distorcidos, manipulados ou simplesmente interpretados de forma a gerar simpatia por um ou outro dos envolvidos.
Judeus e árabes, que conviveram durante séculos nas áreas do mundo dominadas pelo Islã, passaram a se enfrentar no território da Palestina a partir do início do século XX. Não em um conflito religioso, mas como reflexo natural da intensificação do sentimento nacionalista em todo o mundo.
A maior parte dos Estados árabes foi criada pelos ingleses após a Primeira Guerra Mundial e a comunidade judaica, que vivia na Palestina, esperava que um Estado judeu fosse criado na região de onde o povo judeu havia sido expulso após sua derrota para os romanos no ano 70 da era cristã.
Os conflitos provocados pela população e liderança árabes, que se opunham à imigração judaica, levaram a ONU a decidir pela criação de dois Estados, decisão que os árabes rejeitaram por quase 70 anos.
O Estado israelense se expandiu por força das guerras que lhe foram impostas e enfrenta até os dias de hoje organizações que pregam abertamente sua destruição. Absorveu milhões de imigrantes, entre eles toda a população de judeus que habitavam os países do Oriente Médio, cuja vida foi se tornando intolerável à medida que ficava evidente que Israel não seria destruída. Abriga hoje mais de um milhão de árabes israelenses, que preferem manter sua cidadania, mesmo se tiverem a opção de virem a se tornar cidadãos de um Estado palestino.
Hoje, quando os palestinos são aqueles que reivindicam um Estado próprio, os dois lados enfrentam um impasse. Os israelenses se questionam se devem entregar territórios conquistados a um adversário no qual não confiam. Os palestinos acreditam que já não têm nada a perder se não puderem criar um Estado independente no território em que vive a maior parte de sua população.
A iniciativa está nas mãos dos radicais de ambos os lados, laicos e religiosos, perpetuando uma situação de conflito. Com tantos acontecimentos dramáticos ao redor do mundo, toda a atenção que o problema atrai não é suficiente para promover uma solução que permita levar a paz aos dois povos.
Olha o vestibular galera!
04/05/2011 - 10h34
Após reconciliação, Hamas diz que sua "única luta é com Israel"
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
"Queremos um Estado palestino independente e com soberania na Cisjordânia e na faixa de Gaza", ressaltou durante a cerimônia de assinatura do acordo de reconciliação palestina, que coloca fim a quatro anos de divisão entre o movimento nacionalista Fatah e o islamita Hamas.
Mais cedo, Abbas celebrou a assinatura do acordo e disse que "os palestinos vão virar para sempre a página preta da divisão".
Abbas, dirigente do Fatah, ressaltou ainda que o Hamas é parte do povo e da arena política palestina e rejeitou "a intervenção nos assuntos internos palestinos".
Neste sentido, Meshaal assinalou que seu grupo está "disposto a pagar qualquer preço pela reconciliação" e o que deseja é "um Estado palestino independente e com soberania na Cisjordânia e na faixa de Gaza".
Abbas criticou ainda Israel e disse que ele "está usando como pretexto a reconciliação para fugir da paz". Abbas pediu ainda ao governo do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, a "escolher entre a paz e os assentamentos".
O acordo entre as facções palestinas foi anunciado de maneira surpreendente na quarta-feira passada (27), depois que as demandas para formar um novo governo foram aceitas tanto pelo Fatah, quanto pelo Hamas.
O Hamas venceu a última eleição legislativa dos palestinos, em 2006. Um governo de coalizão foi formado com o Fatah, mas não durou muito e culminou em uma breve guerra civil em Gaza no ano de 2007.
Israel criticou o acordo, afirmando que Abbas não poderá ser visto como um parceiro da paz se oficializar laços com o Hamas, um grupo islamita que defende a destruição de Israel.
Restaurar a união palestina é visto como crucial para reviver qualquer prospecto de um Estado palestino baseado em coexistência pacífica com Israel. As negociações de paz com Israel, atualmente congeladas diante do avanço dos assentamentos judaicos em solo palestino, são realizadas pelas pelo Fatah e ANP. O Hamas condena qualquer diálogo.
Nas últimas semanas, fontes do governo de Israel disseram que Netanyahu tem intenções de lançar uma nova iniciativa diplomática para impulsionar as negociações de paz com os palestinos, rompidas desde setembro passado.
Desde que Israel rejeitou a extensão de uma moratória sobre a construção em assentamentos judaicos em território palestino, as lideranças palestinas apostam em uma campanha para obter reconhecimento internacional e da ONU (Organização das Nações Unidas) a um Estado dentro das fronteiras antes da guerra de 1967.
Fonte: Folha.com
A Morte de Bin Laden
02/05/2011
Bin Laden morto, vitória de quem?
O líder da Al Qaeda, cuja morte foi anunciada no fim deste domingo pela Casa Branca (Reuters)
CAMBRIDGE
Então Osama Bin Laden está morto, diz a inteligência americana. Os EUA dizem ter o corpo. Barack Obama, o presidente americano, acaba de falar em rede nacional com um mal contido sorriso no rosto. As TVs e jornais dos EUA definem o pronunciamento como histórico.
O que há para comemorar e quem pode reivindicar esse legado?
Pelo pouco que vazou de informação neste momento, Bin Laden foi morto em um ataque no Paquistão _nada inesperado, pois, já que se sabia que o líder de honra da Al Qaeda estava escondido havia anos na inóspita região fronteiriça com o Afeganistão.
Nos últimos anos, essa região se tornou o foco da preocupação americana, sobretudo o lado paquistanês _a ação de hoje, porém, ocorreu mais no interior do país, a cerca de 50 km da capital, Islamabad*.
A cruzada militar original foi lançada por George W. Bush, presidente de turno quando dos ataques do 11 de Setembro e patrocinador da Guerra ao Terror (seria mais justo dizer que os mentores são Dick Cheney e Donald Rumsfeld).
Barack Obama, porém, assumiu a Guerra no AfPak (Afeganistão + Paquistão) como sua prioridade maior, em lugar da controversa operação no Iraque que drenou recursos de George W. Bush.
Desde 11 de Setembro de 2001, quase dez anos atrás, os EUA queriam Bin Laden morto _como um símbolo do terrorismo islâmico muito mais do que como um chefe efetivo da principal rede terrorista atuante no planeta. Agora está feito.
E o que a morte de Bin Laden trará de diferente para o planeta?
Impossível dizer ainda.
O saudita, que montou a maior franquia de terrorismo que já atuou no planeta, há anos estava afastado das operações diárias de sua rede. Sua figura tem um inegável peso simbólico para aqueles que pregam a destruição dos EUA, mas seu poder efetivo é questionável.
Bin Laden sofria de problemas nos rins, e seus movimentos eram restritos pelo tratamento de hemodiálise.
O moral que o líder terrorista ainda tinha sobre seus seguidores, entretanto, ainda era alto _embora menor que nos anos imediatamente após a destruição das Torres Gêmeas , o maior atentado em solo americano em todos os tempos.
Há alguns anos seus pronunciamentos perderam o poder fantasmagórico e deixaram de assombrar a internet. Mas Bin Laden ainda é _ou era_ um ícone. Mais do que o poder do homem, vigora o poder da ideia que ele representa. Sua figura era o que amarrava a pulverizada rede da Al Qaeda, tal e qual uma marca forte numa franquia.
Nada representa o terrorismo islâmico anti-EUA melhor que Osama Bin Laden. Vide os gritos e hurras em comemoração à sua morte de populares amontoados diante da Casa Branca nesta noite.
Impossível que os americanos deixassem de contar sua morte _tantas vezes um alvo falho, tantas vezes um objetivo fugidio, tantas vezes perdido por pouco_ como um tento.
Mais do que a contenção de uma ameaça aos EUA, a morte de Bin Laden cai por essas bandas como um atestado de competência da combalida inteligência americana, tão na berlinda nos últimos anos.
O presidente democrata reivindicou para si a vitória, citando uma ordem dada por ele para conduzir a operação. Citou, também, a inteligência reunida sob a batuta de Leon Panetta, que deve ser seu secretário da Defesa dentro em breve.
Mas Obama citou também Bush e sua incansável busca pelo saudita, embora o republicano tenha relegado o Paquistão a segundo plano em sua estratégia.
As TVs , por sua vez, falam em “vitória americana” e “inequívoca mensagem da América de que a Justiça prevalece, não importa quanto tempo leve”.
Um “momento para celebração”, nas palavras do meu professor David Gergen, que trabalhou para quatro governos americanos e falou à CNN.
Se surgirão sucessores, ninguém ainda sabe _ao longo dos últimos anos, todas as figuras de destaque que emergiram em conexão com a Al Qaeda sucumbiram sob ataques americanos. Mas a rede ainda é ampla e resistente _a medida de sua força hoje, porém, está para ser vista agora.
Já Obama, certamente, contará com esses pontos em sua campanha para a reeleição. Pontos que, normalmente, costumam ser computados pelos republicanos.
Escrito por Luciana Coelho às 01h02
Fonte: Folha.com