Jornal Nacional - Edição do dia 29/12/2011
29/12/2011 21h44- Atualizado em 29/12/2011 21h44Cubanos usam mensagens de texto para driblar a censura e a repressão política
População luta por mais liberdade na ilha comunista. Recurso do celular é utilizado para marcar reuniões e publicar denúncias em redes sociais.
A luta da oposição por mais liberdade na ilha comunista é o tema da última reportagem da série sobre a vida em Cuba. Os enviados especiais Giuliana Morrone e Alberto Fernandez mostram o impacto da ideologia no dia a dia dos cubanos.
A novidade foi pintada em um outdoor em Matanzas, no litoral de Cuba. O artista caprichou nos detalhes. “Che Guevara é meu favorito”, ele diz.
Nas estradas de Cuba, por todo o país, vê-se uma preocupação do regime em manter um discurso do passado. Cuba está há mais de 50 anos sob o poder dos irmãos Castro. Agora, o Partido Comunista se prepara para discutir uma proposta de Raúl Castro que limita os mandatos do presidente e da cúpula do governo.
A proposta será analisada pelos militantes comunistas em janeiro. Se for aprovada, Raúl Castro, que tem 80 anos, em tese ainda teria como ficar até 2018 no poder. Os revolucionários envelheceram. Aa elite política tem, em média, mais de 70 anos.
Nos discursos, o ditador Raúl tem defendido renovação no Partido Comunista, o único legalmente reconhecido.
Nas escolas, desde cedo a ideologia faz parte do ensino. No teatrinho, o guerrilheiro Che Guevara ensina camponeses a fazer trabalho voluntário.
"A missão da escola cubana é formar jovens para viver em um país socialista. Não se pode amar quem não se conhece, nossos heróis e mártires", explica a ministra de Educação Infantil, Maria Sanchez Ramos.
As coisas se complicam para quem cresce em Cuba e tem opiniões contrárias ao regime. Nas ruas, é nítido o desconforto quando o assunto é política
Uma das fontes de informação mais populares em quase todo o mundo em Cuba é raridade. A internet em casa é privilégio para poucos: estrangeiros, agências de turismo e alguns funcionários especiais do estado.
Quem não está entre os privilegiados pode usar a rede em alguns cafés. A conexão é muito lenta – feita por telefone – e cara, o equivalente a R$ 10 por meia hora, em um país em que o salário mínimo corresponde a R$ 17 reais.
A jornalista e blogueira Yoani Sánchez é a voz jovem da dissidência cubana para o mundo. Ela já foi detida e apanhou da polícia política.
"Existe uma confusão. Isto não é comunismo, nem socialismo. É um capitalismo de estado, de clã familiar, um capitalismo militar," ela diz.
Sem internet em casa, Yoani enfrenta as barreiras tecnológicas e denuncia abusos do regime castrista.
"Driblamos a censura com criatividade, estamos criando a internet sem internet”, diz Yoani.
Ela escreve as denúncias nas redes sociais por meio de mensagens de texto de celular e publica fotos de dissidentes sendo presos pela polícia política de Cuba. Yoani diz que Raúl Castro tem uma estratégia diferente para lidar com a oposição.
"Com Fidel Castro, a condenação era praticamente obrigatória", ela conta. “Com Raúl Castro, a repressão não deixa rastros legais, é uma repressão em que não há condenações longas na Justiça. Raúl Castro aumentou muito o uso de paramilitares nas ruas, as câmeras de segurança que vigiam as cidades e os grampos telefônicos", diz Yoni.
Outros opositores também usam as mensagens de texto para se comunicar e marcar reuniões, como uma realizada em um bairro de Havana. Nem sempre funciona. O organizador Juan Antônio disse que a polícia chegou antes e avisou que se eles reunirem mais de 16 pessoas, abortariam a reunião.
A polícia acompanhou tudo de perto, das esquinas. E, no dia seguinte, o centro de imprensa internacional de Cuba avisou à equipe de reportagem: “Sabiam que haviam acompanhado o encontro dos dissidentes, e a reunião seguinte teve que ser cancelada”.
Jornal Nacional - Edição do dia 28/12/2011
Com nova lei de venda de imóveis, cubanos enfrentam especulação
Durante mais de 50 anos, o regime socialista permitiu apenas que cubanos trocassem casas entre eles, seguindo regras complicadas.
O Jornal Nacional está apresentando esta semana uma série de reportagens sobre a vida em Cuba. Nesta terça-feira (27), os enviados especiais Giuliana Morrone e Alberto Fernandez mostram como a permissão para comprar e vender casas modificou a vida na ilha comunista.
Quem chega a Havana se impressiona com a beleza da arquitetura. O segundo impacto é ver que a cidade está em ruínas. A capital de Cuba é o retrato da situação financeira do país. Mas, entre os destroços, surgem andaimes e latas de tinta.
"Tenho que manter a casa bonita. Agora sou proprietário e posso vendê-la", diz Reinaldo.
É tudo muito novo. Durante mais de 50 anos, o regime socialista permitiu apenas que cubanos trocassem casas entre eles, seguindo regras complicadas. Comprar e vender imóveis era totalmente proibido.
Sem novas construções, nem oferta de casas nas últimas cinco décadas, avós, pais, filhos, netos dividiram o mesmo teto. Mercedes está preocupada. “Se a minha mãe vender a casa, onde vou viver?”, questiona.
Agora, com a nova lei que permite a compra e venda de casas, os moradores estão confusos. Afinal, qual o valor neste novo mercado imobiliário de casas como as que ficam em uma rua no centro de Havana?
"O mercado está um pouco louco", avalia o primeiro corretor de imóveis de Cuba destes novos tempos de abertura da economia. Jorge diz que, na ânsia de ganhar dinheiro, os cubanos estão experimentando a especulação imobiliária.
Tânia quer pela casa dela o equivalente a R$ 400 mil. O Departamento de Arquitetura de Havana diz que o imóvel vale 10% disso, o correspondente a R$ 40 mil. "Eu não tenho referências," ela diz.
Como a maioria dos cubanos não tem dinheiro suficiente, o alvo principal de quem quer negociar são estrangeiros com residência permanente em Cuba e dinheiro para investir. Eles podem comprar imóveis, o que não é permitido para os cubanos que abandonaram o país.
A compra e venda de casas faz parte de uma estratégia do governo de Raul Castro de tentar dar algum fôlego à economia destruída de Cuba. Este ano, Castro anunciou mais de 300 mudanças nas leis, como a demissão de 500 mil funcionários públicos. Barbeiros que antes eram empregados do estado agora trabalham como autônomos. E o governo autorizou a abertura de milhares de pequenas empresas.
Uma casa de sucos vende R$ 400 copos por dia. Os novos empresários tentam imitar redes americanas de fast food. Ivan tem sede capitalista e já pensa em abrir franquias.
Com o embargo econômico dos Estados Unidos, que proíbe a entrada de empresas americanas em Cuba, Ivan vive o sonho capitalista com a casa cheia. E, por enquanto, sem grandes concorrentes.
26/12/2011 22h20- Atualizado em 29/12/2011 23h14
Cubana mostra as dificuldades que enfrenta para sobreviver
Gladys se queixa de que há dez anos espera tratamento no dentista e que não se sente à vontade para dar uma risada.
Esta semana o Jornal Nacional apresenta uma série de reportagens especiais sobre a vida dos cubanos e como as mudanças na economia estão atingindo a ilha comunista. Nesta segunda-feira (26), os enviados especiais Giuliana Morrone e Alberto Fernandez mostram como é a vida no interior e quais as principais carências da população.
Aeroporto Internacional de Miami. Os passageiros com destino a Cuba chamam a atenção por causa da bagagem: comida, roupa.
As malas gigantescas são um jeitinho encontrado pelos cubanos para quebrar o embargo econômico. A proibição dos Estados Unidos de que empresas americanas vendam produtos em Cuba vai completar 50 anos em janeiro. O plástico de proteção é uma tentativa de evitar que objetos sejam roubados das malas na chegada a Havana. Os passageiros têm medo até de falar sobre a viagem.
“Não dou entrevista”, diz uma mulher.
Alguns despacham mais de 200 quilos, além da cota de duas malas autorizada pela companhia aérea.
Gladys é cubana, mas também tem cidadania europeia porque os avós eram espanhóis. Por isso, conseguiu autorização do governo cubano para sair do país por 90 dias. Foi para os Estados Unidos, trabalhou como empregada doméstica, juntou dinheiro, pagou o equivalente a R$ 800 pela passagem, mais R$ 800 por excesso de peso.
O Jornal Nacional acompanhou a viagem de volta para casa: 45 minutos de vôo que separam os dois mundos de Gladys.
O avião sobrevoa o território cubano. O país de 11 milhões de habitantes está há 52 anos sob um regime comunista – uma ditadura que passou pelo comando de Fidel Castro e agora está com o irmão, Raul Castro.
No ano passado, segundo o governo cubano, a taxa de desemprego foi de 2,5% - 80% trabalham para o estado. De acordo com um estudo da Universidade de Miami, o número de desempregados chega a 25% e a dívida do país é equivalente a 125% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de tudo que é produzido pelo país.
No Aeroporto de Havana, ela é recebida pela família. Gladys diz que as roupas que comprou para os filhos foram confiscadas. As malas mal cabem no carro, uma relíquia da indústria automotiva.
No caminho, uma raridade: vacas pastando. A carne bovina é escassa no país. O Código Penal prevê até dez anos de prisão para quem matar o animal sem autorização do estado, que controla tudo na ilha.
São quatro horas de viagem até o encontro de Gladys com parentes e vizinhos. Ela mostra como é a vida no interior de Cuba, onde mora com o marido e cinco filhos.
“Não tenho gás para cozinhar, nunca tive”, conta. Ela tem um fogareiro elétrico, mas falta dinheiro para pagar a conta de luz. “Gás apenas na capital”, completa.
Na capital, Havana, os moradores também se queixam.
"A situação está crítica", diz uma mulher.
Na pequena cidade do interior de Cuba, Gladys sente saudade dos tempos em que a antiga União Soviética financiava o regime de Fidel Castro. “Nos anos da União Soviética, vivíamos muito bem”, lembra.
Os filhos e vizinhos ajudam a abrir as malas e encontram comida. Gladys levou também remédios e um agrado: um pacote de café para o dentista dela.
Em um país em que o governo diz que o sistema de saúde é motivo de orgulho, com atendimento gratuito para todos, Gladys afirma: "Aqui, se você adoece, tem que levar um presente para o hospital. Caso contrário, não consegue atendimento".
Gladys se queixa de que há dez anos espera tratamento no dentista e que não se sente à vontade para dar uma risada. "Não sou tão velha. Se tivesse os dentes, estaria um pouquinho melhor", diz.
China agora quer se desenvolver com harmonia
Depois de forte avanço econômico, país hoje mistura poluição, luxo e miséria; Agora, governo diz que buscará crescimento harmônico
Depois de crescer 11% ao ano, em média, durante 30 anos, e se tornar a segunda maior economia do mundo, a China hoje mistura avanços tecnológicos, subdesenvolvimento, condições de trabalho boase ruins, poluição, luxo e miséria. Enquanto se prepara para se tornar a maior potência do globo, o país enfrenta enormes desafios, conseqüentes principalmente do crescimento acelerado.
Diante da uma má distribuição de renda, da inflação, da corrupção e da falta de emprego qualificado, parte da população jovem da China já começa a mostrar insatisfação. Enquanto isso, outros países criticam a desvalorização da moeda chinesa, o yuan, a emissão de poluentes e a falta de direitos humanos. Para amenizar os ânimos - tanto internos como externos - o governo vem afirmando que pretende crescer menos – de 7% a 8% ao ano – e de forma mais “harmônica”.
Na última assembleia geral do Partido Comunista, em março deste ano, os governantes afirmaram que vão direcionar esforços para deixar o país mais “feliz”. As boas intenções agradam os observadores internacionais e indicam que o governo central chinês tem consciência de que precisa cuidar de vários aspectos. Mas agora será preciso colocar essas intenções em prática.
Veja fotos sobre os 90 anos do Partido Comunista na China.
De 27 de junho a 15 de julho, o iG publicou uma série de reportagens sobre como a China está se preparando para se tornar a maior economia do mundo. O portal revelou que o homem mais rico da China, que leva a vida sem nenhum glamour e trabalha doze horas por dia, seis dias na semana, tem planos de investir no Brasil.
Também mostrou como é a Alibaba, a empresa na qual os jovens do país desejam trabalhar e omaior mercado de bugigangas do mundo, em Yiwu, além da cidade que tem o metro quadrado mais caro da China.
No sul do país, visitou a cidade de Dongguan, onde vivem três mil brasileiros e maior feira de importação e exportação do mundo, em Guangzhou, além de empresas como a BYD, fabricante de baterias e carros elétricos. Veja tudo sobre o Expedições iG - China.
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Entenda como funciona uma usina nuclear
Saiba porque o terremoto seguido de tsunami causou a atual crise nuclear no Japão
O terremoto não causou danos diretos às usinas nucleares japonesas. Como elas estão em uma região suscetível a terremotos, já foram construídas de acordo com os parâmetros internacionais de segurança. O reator nuclear fica dentro de uma cápsula de aço, onde recebe água que, aquecida a altas temperaturas, gera vapor e produz a energia elétrica. O conjunto de equipamentos que alimentam o reator também fica dentro de um prédio com paredes de concreto de até um metro de espessura. Segundo especialistas, essas usinas são preparadas para suportar até mesmo quedas de avião.
Contudo, as redes de transmissão de energia elétrica do Japão não são à prova de desastres naturais. Com os tremores, algumas delas interromperam o fornecimento e diversas cidades ficaram sem energia elétrica. A maior parte das usinas já é antiga e utiliza um sistema de bombeamento elétrico à água para alimentar o reator, mas também para resfriá-lo. Com o blecaute de energia causado pelo terremoto, o sistema parou de funcionar, conforme mostra o infográfico: o reator superaqueceu e liberou vapor, aumentando a pressão dentro da cápsula. Com isso, o reator começou a fundir, o que elevou os níveis de radiação em mil vezes. “O urânio começou a virar gás e uma parte dele vazou”, disse o físico José Goldemberg, especialistas em produção de energia, ao iG.
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Usinas nucleares mais modernas utilizam um sistema de bombeamento de água diferente das usinas afetadas pela falta de energia elétrica. Elas possuem um sistema redundante que, em caso de falta de energia, utiliza a força da gravidade para fazer a água circular pelo reator e pelo sistema de resfriamento. Sem esta alternativa, funcionários das operadoras das usinas nucleares japonesas afetadas pelo problema, injetam uma solução de água do mar, além de ácido bórico, dentro dos reatores, para tentar resfriar o sistema e parar o processo de fusão do reator. O processo pode levar alguns dias para gerar os primeiros resultados.
Novas estratégias de segurança
De acordo com a BBC, além dos problemas nas redes de transmissão de energia, alguns especialistas apontam que o próprio sistema de segurança contra terremotos pode ter prejudicado algumas usinas. Quando uma usina nuclear é atingida por um terremoto, um dispositivo de segurança desliga todas as suas fontes de energia, para prevenir curto-circuitos. As usinas nucleares concentram grande quantidade de urânio (entre 200 e 300 kg) e, por isso, uma explosão causaria a liberação de grande quantidade de material radioativo.
Durante um protesto contra usinas nucleares realizado ontem (12) na Alemanha, o ministro do meio ambiente do país, Norbert Roettgen, afirmou que os padrões e dispositivos de segurança em usinas nucleares devem ser revistos após o acidente em Fukushima 1. “Isso aconteceu em um país com padrões de segurança muitos altos. A questão de como podemos nos proteger contra esses perigos está em aberto novamente e precisamos tratar dela”, disse Roettgen à BBC.
Fonte de Energia e Meio Ambiente
Edição do dia 13/06/2011
13/06/2011 21h26 - Atualizado em 13/06/2011 21h26
Cidades alemãs conseguem transformar esgoto em eletricidade
A população gasta menos, os rios ficam limpos e não há emissão de gases que provocam o efeito estufa. A Alemanha anunciou o fechamento de todas as usinas nucleares do país até 2022.
A contagem regressiva dos alemães para encontrar alternativas energéticas já começou, mas eles têm algumas experiências bem-sucedidas nesse desafio. Como as que você vê na reportagem de Sônia Bridi e Paulo Zero.
Hamburgo é uma grande cidade e o segundo maior porto da Europa. Perto dos guindastes, uma construção lembra imensos ovos de páscoa. São tanques para tratar o esgoto residencial e industrial de 2 milhões de habitantes.
Os resíduos líquidos passam por processo de purificação e são devolvidos como água limpa para o rio.
Os sólidos, primeiro liberam gás metano, que é distribuído como gás de cozinha à população. Depois são secados e incinerados. O calor toca uma usina termoelétrica, que produz energia suficiente para toda a rede de coleta e tratamento de água e esgoto de Hamburgo.
“O nosso preço é menos da metade da média da Europa por litro de água tratada”, conta o engenheiro responsável pela usina.
A população gasta menos, os rios ficam limpos e não há emissão de gases que provocam o efeito estufa. Um projeto em que todo mundo ganha.
Como na pequena vila de Ivenack, na parte mais pobre da Alemanha. Em Ivenack faltava energia e sobrava esterco de gado, criado confinado em galpões. O prefeito então pensou em resolver os dois problemas de uma vez: com um biodigestor, alimentado com palha de milho e com o esterco, que vem de caminhão das fazendas. Tudo vira gás metano, queimado para esquentar a água que aquece as casas no rigoroso inverno do norte.
O calor sai a 95ºC. A água quente passa por todas as casas para fazer o aquecimento e volta, em um circuito fechado, então chega de volta a 70°C. O que significa que é preciso menos energia para manter nesta temperatura sempre.
Na reforma da sede da fazenda coletiva dos tempos comunistas, o prefeito encheu os telhados de painéis que mesmo por lá, onde o sol é raro, transformam seu calor em energia elétrica.
Toda a energia produzida nesses painéis é jogada na rede de distribuição, que já chega a todas as casas da vila. No fim do mês, o que a prefeitura e a empresa de energia têm que fazer é sentar para fazer o acerto de contas. E a prefeitura só paga a diferença entre o que produziu e o que a vila gastou.
O prefeito se orgulha do que fez: “Esse tipo de energia sustentando uma comunidade pode ser um bom negócio para o Brasil”, diz ele, que convida: “Quem estiver interessado pode vir que mostramos o que fizemos aqui. Estamos de braços abertos!”.
China tenta driblar cobrança de taxa os calçados que entram no Brasil
Sapatos feitos na China viajam para Vietnã, Malásia e Indonésia para receber etiqueta desses países e entrar no Brasil sem pagar a taxa de US$ 13.85 o par.
O tênis que vinha da China agora chega ao Brasil com ‘made in Vietnã’ na etiqueta. Foi a solução encontrada por três fabricantes para escapar da sobretaxa que o governo brasileiro impõe desde março do ano passado aos produtos chineses.
Malásia e Indonésia representavam juntos 18% das importações de tênis e sapatos de couro.
Em apenas um ano, o número subiu para 37% e agora os três países já respondem por 53% dos produtos que entram no país.
O problema é que as autoridades do Ministério da Indústria e Comércio desconfiam que uma manobra ilegal está distorcendo estes números.
É a triangulação. Sapatos feitos na China viajam para Vietnã, Malásia e Indonésia apenas pra receber a etiqueta de fabricação com o nome desses países. Assim, o calçado entra no Brasil sem pagar a taxa de US$ 13.85 o par.
“O governo federal tomou a medida antidumping contra a China. Agora tem que tomar a medida antidumping, estender essas medidas para os outros países asiáticos”, diz o presidente da Sindifranca, José Carlos Brigagão.
A alternativa encontrada pela indústria foi contra-atacar. Enquanto os chineses continuam no mercado brasileiro com sapatos baratos, as fábricas do interior de São Paulo apostam na exportação de calçados mais caros para a própria China. O sapato que sai da fábrica já é vendido em 32 lojas chinesas. Até o fim do ano deve ir para outras 50.
O que atrai essas lojas chinesas são sapatos de luxo, fabricados com material de alta tecnologia. Modelos cortados a laser, para agradar um mercado consumidor em crescimento: o dos novos ricos chineses.
“Isso aí representa 450 milhões de habitantes que não usa produto chinês. Espero que continue crescendo”, fala o empresário José Rosa Jacometi.
Japão
06/05/2011 09h44 - Atualizado em 06/05/2011 09h44
06/05/2011 09h44 - Atualizado em 06/05/2011 09h44
Governo do Japão manda fechar usina nuclear por risco de terremoto
Planta de Hamaoka fica sobre falha sísmica e oferece risco à segurança.
País enfrenta crise nuclear após terremoto e tsunami de 11 de março.
O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, exigiu nesta sexta-feira (6) que o grupo Chubu Electric Power interrompa o funcionamento da usina nuclear de Hamaoka, situada na falha sísmica do centro do arquipélago.
"Ordenei que a Chubu Electric Power encerre as operações de todos os seus reatores na central nuclear de Hamaoka", declarou Kan.
"Tomamos esta decisão em função da segurança dos habitantes", acrescentou o primeiro-ministro japonês, que evocou um risco grande de terremotos nesta parte do país.
A decisão de Kan determina o fechamento de dois reatores, os de número 4 e 5, da usina na província de Shizuoka, a 200 km de Tóquio.
"Ordenei que a Chubu Electric Power encerre as operações de todos os seus reatores na central nuclear de Hamaoka", declarou Kan.
"Tomamos esta decisão em função da segurança dos habitantes", acrescentou o primeiro-ministro japonês, que evocou um risco grande de terremotos nesta parte do país.
A decisão de Kan determina o fechamento de dois reatores, os de número 4 e 5, da usina na província de Shizuoka, a 200 km de Tóquio.
Imagem aérea de fevereiro de 2005 mostra a usina Hamaoka, da Chubu Electric Power, em Omaezaki, na prefeitura de Shizuoka (Foto: Reuters)
O terremoto de magnitude 9 seguido de tsunami que atingiu o país em 11 de março provocou danos na unina de Fukushima Daiichi, jogando o país em uma crise nuclear ainda não totalmente resolvida.
A Relação Homem Natureza
A compreensão tradicional das relações entre a sociedade e a natureza desenvolvidas, vinculadas ao processo de produção capitalista, considerava o homem e a natureza como pólos excludentes fonte ilimitada de recursos à disposição do homem. Entretanto, nos anos 60/70 percebeu-se que os recursos naturais são esgotáveis e que o crescimento sem limites começava a se revelar insustentável.
O homem, julgando-se acima de tudo e de todos, amparado pelo racionalismo e pelas descobertas da ciência, depositou seus principais desejos e aspirações na busca do sucesso econômico, pela vontade de ter, acumular cada vez mais riquezas, e, por conseguinte, mais poder sobre seus iguais, esquecendo-se assim da sua real condição de ser, na e com a natureza.
Daí começaram a surgir alguns movimentos ambientais. O Ambientalismo consiste em diferentes correntes de pensamento de um movimento social, que tem na defesa do meio ambiente sua principal preocupação, demandando medidas de proteção ambiental, tais como medidas de anti-poluição. O ambientalismo não visa somente os problemas ligados ao meio ambiente. Ele vai muito além. Visa as atitudes a serem tomadas para uma possível diminuição ou até mesmo solução deste.
Castells (1999) afirma que grandes empresas passaram a incluir a questão do ambientalismo em sua agenda. Entretanto, assinala que "a maioria de nossos problemas ambientais mais elementares ainda persiste, uma vez que seu tratamento requer uma transformação nos meios de produção e de consumo.
Pepper (1995) destaca as principais correntes ecológicas. AIgumas são extremamente conservadoras, como a neomalthusiana. Para essa corrente a multiplicação dos pobres é o principal problema da sociedade, e os projetos de assistência social beneficiam apenas o nascimento massivo de mais crianças. Sustentam que a sobrevivência do planeta só será possível com planos internacionais para frear o crescimento demográfico.
Três períodos na história do movimento ecológico podem ser distinguidos no Brasil: uma primeira fase, denominada ambientalista (1974 a 1981), caracterizada por movimentos de denúncia de degradação ambiental nas cidades e criação de comunidades alternativas rurais; um segundo momento, de transição (1982 a 1985), foi marcado pela grande expansão quantitativa e qualitativa dos movimentos da primeira ; na terceira fase, a partir de 1986, a maioria do movimento ecológico decidiu participar ativamente da arena parlamentar.
As políticas ambientais são motivadas tanto por interesses como por ideais. Os interesses levam à compreensão dos danos ambientais e as conseqüências e ameaças à própria economia, com a diminuição de rendimentos e de empregos; e os direitos morais e ideais podem compreender o fato de os direitos do futuro prevalecerem sobre os das gerações atuais ou sobre o valor irredutível de todas as formas de vida.
O homem, julgando-se acima de tudo e de todos, amparado pelo racionalismo e pelas descobertas da ciência, depositou seus principais desejos e aspirações na busca do sucesso econômico, pela vontade de ter, acumular cada vez mais riquezas, e, por conseguinte, mais poder sobre seus iguais, esquecendo-se assim da sua real condição de ser, na e com a natureza.
Daí começaram a surgir alguns movimentos ambientais. O Ambientalismo consiste em diferentes correntes de pensamento de um movimento social, que tem na defesa do meio ambiente sua principal preocupação, demandando medidas de proteção ambiental, tais como medidas de anti-poluição. O ambientalismo não visa somente os problemas ligados ao meio ambiente. Ele vai muito além. Visa as atitudes a serem tomadas para uma possível diminuição ou até mesmo solução deste.
Castells (1999) afirma que grandes empresas passaram a incluir a questão do ambientalismo em sua agenda. Entretanto, assinala que "a maioria de nossos problemas ambientais mais elementares ainda persiste, uma vez que seu tratamento requer uma transformação nos meios de produção e de consumo.
Pepper (1995) destaca as principais correntes ecológicas. AIgumas são extremamente conservadoras, como a neomalthusiana. Para essa corrente a multiplicação dos pobres é o principal problema da sociedade, e os projetos de assistência social beneficiam apenas o nascimento massivo de mais crianças. Sustentam que a sobrevivência do planeta só será possível com planos internacionais para frear o crescimento demográfico.
Três períodos na história do movimento ecológico podem ser distinguidos no Brasil: uma primeira fase, denominada ambientalista (1974 a 1981), caracterizada por movimentos de denúncia de degradação ambiental nas cidades e criação de comunidades alternativas rurais; um segundo momento, de transição (1982 a 1985), foi marcado pela grande expansão quantitativa e qualitativa dos movimentos da primeira ; na terceira fase, a partir de 1986, a maioria do movimento ecológico decidiu participar ativamente da arena parlamentar.
As políticas ambientais são motivadas tanto por interesses como por ideais. Os interesses levam à compreensão dos danos ambientais e as conseqüências e ameaças à própria economia, com a diminuição de rendimentos e de empregos; e os direitos morais e ideais podem compreender o fato de os direitos do futuro prevalecerem sobre os das gerações atuais ou sobre o valor irredutível de todas as formas de vida.